É o segundo tumor urológico mais frequente, sendo o 4º tumor maligno mais comum nos homens e o 9º nas mulheres. Aproximadamente, 70.000 americanos têm esta doença diagnosticada anualmente e cerca de 15.000 vêm a falecer em decorrência dela. Em 2012 o Cancer de Bexiga teve cerca de 430.000 casos novos e foi responsável por aproximadamente 160.000 óbitos no mundo. Nas últimas décadas houve um aumento na incidência de câncer de bexiga.
Internamente, a bexiga é revestida por uma fina camada superficial, a mucosa, chamada de urotélio. É a mesma camada que reveste os cálices, a pelve renal e os ureteres. Abaixo da mucosa, há uma camada de tecido conjuntivo chamada lâmina própria e abaixo dessa está o músculo da bexiga. Externamente, a bexiga é envolvida por um tecido gorduroso. Cerca de 90% dos tumores malignos de bexiga se originam no urotélio, sendo que a maior parte fica restrito a camada mucosa e submucosa (chamados de tumores superficiais), não havendo o comprometimento do músculo da bexiga (chamado de tumores infiltrativos).
O principal fator relacionado ao desenvolvimento do cancer de bexiga é o tabagismo. Grande parte do risco associado ao fumo se dá em razão da presença de aminas aromáticas na fumaça do cigarro. Além desse, a exposição ocupacional à aminas aromáticas (benzeno por exemplo) e alguns produtos químicos industriais incluindo hidrocarbonetos aromáticos (tintas e corantes) também são fatores de risco.
Outro fator de risco é a história familiar. Pessoas com familiares de primeiro grau com câncer de bexiga possuem um maior risco (de 50% a 100%) de desenvolver a doença quando comparadas à população em geral. Esse risco, quando interage com o tabagismo, aumenta em mais de cinco vezes em comparação aos não fumantes.
A perda de sangue na urina micro ou macroscópica (hematúria) é o sintoma principal, mas outros sintomas irritativos como miccões muito frequentes (polaciúria), dores ao urinar (disuria) podem surgir também.
A investigação diagnóstica se inicia com a história clínica e o exame físico. Além disso, como a hematúria pode vir de qualquer local do trato urinário o médico normalmente solicita um exame radiológico dos rins, ureteres e bexiga para verificar se há problemas nesses órgãos. Atualmente a ultrassonografia, tomografafia computadorizada e a ressonancia magnetica são os mais solicitados.
A análise da urina pode ser realizada com o exame de citologia urinária que procura sob microscopia as células anormais que possam ter se soltado na urina a partir do revestimento da bexiga (urotélio).
O exame diagnóstico mais importante é a cistoscopia que permite visualizar o interior da bexiga. É um exame que pode ser realizado sem a necessidade de internação, com anestesia local (gel anestésico é aplicado no canal urinário) e leve sedação.
Se houver o diagnóstico de um tumor, ou se estes ja tiverem sidos diagnosticados através dos exames de imagem, haverá a necessidade de uma internação para realização de uma cirurgia endoscópica com anestesia. Esse procedimento é realizado pelo canal urinário (sem cortes) e chama-se Resseccao Trasuretral de Bexiga (RTU de Bexiga), onde é retirado todo o tumor visível. As características microcópicas do tumor são analisadas com um estudo anatomo-patológico (“biópsia”), fornecendo informações para definição do tratamento. Além dos tumores visíveis, pode-se remover pequenas amostras de tecidos das áreas de aparência suspeita da bexiga, que também serão examinadas. O patologista é o medico especialista que analisa a biópsia e interpreta as mudanças dos tecidos causados pela doença comparando as celulas tumorais com celulas normais do mesmo tecido. Com isso ele conclui o quanto as células tumorais se diferem dos tecidos normais e classifica o tumor em baixo e alto grau. Essa graduação indica o nível de agressividade do tumor, ou seja, a probabilidade de se infiltrar no músculo da bexiga ou de se espalhar pelo organismo (metástase). Os tumores de alto grau são os mais agressivos e os mais propensos a progredir no músculo. O exame anátomo-patológico irá definir também até que profundidade o tumor invadiu a bexiga, se comprometeu apenas a mucosa e submucosa (tumores superficiais) ou se apresentou comprometimento da musculatura vesical (tumores infiltrativos). Com esses dados e os exames radiológicos, é então realizado o estadiamento, verificando se há ou não o comprometimento de outras estruturas no organismo, como o fígado, pulmões, e os linfonodos (ganglios linfáticos).
Os tumores superficiais são classificados como Ta, Tis e T1. Os tumores Ta são tumores de baixo grau, e raramente progridem para tumores infiltrativos. No entanto costumam ser recorrentes (“podem voltar”). Os tumores T1, frequentemente progridem para o acometimento da musculatura vesical (“podem invadir o músculo da bexiga”). Os tumores Tis sao tumores de alto grau, denominados Carcinoma in situ (CIS), e se não tratados podem evoluir para tumores infiltrativos (“podem invadir o músculo da bexiga”). Em algumas situações devem ser tratados também com a instilacao vesical de BCG.
O Estadiamento do câncer de bexiga é baseado na profundidade em que o tumor penetrou na bexiga (parede vesical), usando um sistema de classificação chamado TNM.
Estadiamento de tumores de câncer de bexiga primário (T)
Ta: Tumor não-invasivo (confinado ao urotélio)
Tis: Carcinoma CIS (alto grau “tumor flat” confinado ao urotélio)
T1: Tumor invade lâmina própria
T2: Tumor invade músculo da bexiga
T2a: Invade músculo da bexiga superficial
T2b: Invade músculo da bexiga profundo
T3: Tumor invade gordura perivesical
T3a: Invasão de gordura perivesical microscópica
T3b: Invasão de gordura perivesical macroscópica (e progredindo para além da bexiga)
T4: Tumor invade próstata, útero, vagina, parede pélvica ou parede abdominal
T4a: Invade órgãos adjacentes (útero, ovários, próstata)
T4b: Invade parede pélvica e / ou parede abdominal
Os tumores superficiais, ocorrem em 70 a 80% dos casos e são tratados com ressecção endoscópica da bexiga (RTU de Bexiga). A ressecção dos tumores são totais e incluem também o tecido muscular. Esse material retirado é examinado por estudo anatomo-patológico (“biópsia”). Nos casos de tumores indiferenciados que apresentam acometimento da submucosa (T1GIII), deve ser realizada uma nova ressecção (Re-RTU de Bexiga) em um intervalo de 3 a 6 semanas após a primeira cirurgia.
Alguns tumores superficiais apresentam risco de reaparecer novamente igual a sua forma inicial ou de forma mas agressiva (recorrência e progressão), como por exemplo o Tis (CIS). Nesses casos, após a cirurgia endoscópica, pode-se optar pela terapia intravesical com instilação de medicamentos no interior da bexiga, que é realizado no sentido de se evitar recidivas ou progressão tumoral. A instilação dentro da bexiga é realizada através de um cateter fino (sonda) introduzido através da uretra. O procedimento é feito ambulatorialmente, necessitando apenas de anestesia local com uma geléia anestésica aplicada na uretra. O BCG (imunoterapia) é o medicamento frequentemente empregado. Outros medicamentos são a doxirrubicina e a mitomicina-C.
Nos casos de tumores que infiltram a camada muscular da bexiga, um tratamento mais amplo deve ser realizado, e deve-se considerar a retirada da bexiga (cistectomia) como alternativa mais adequada, proporcionando uma sobrevida de até 85% em 5-10 anos se não houver metástases. Com a retirada completa da bexiga (cistectomia radical ou cistoprostatectomia radical), torna-se necessário que se crie uma alternativa para a eliminação da urina produzida pelos rins (derivação urinária). A forma preferencial, sempre que possível, é a confecção de uma “nova” bexiga com um segmento do intestino. Esta cirurgia permite que a urina produzida fique armazenada neste reservatório intestinal (neo-bexiga ileal) para ser eliminada pela uretra, permitindo ao paciente viver com uma melhor qualidade de vida. Dependendo das condições do paciente, e das características do tumor pode não ser possível a realização de uma “nova” bexiga (neo-bexiga), necessitando o uso de bolsas coletoras de urina fixadas a pele (conduto ileal de Bricker).
Andropausa (DAEM)
Bexiga hiperativa
Bexiga neurogênica
Câncer de bexiga
Câncer de próstata
Disfunção erétil
Doença de Peyronie
Ejaculação Precoce
Esfincter Artificial
Estenose de uretra
Hiperplasia prostática benigna
Incontinência Urinária Masculina
Infecções Urinárias
Litíase renal
Microcirurgia
Prostatite
Prótese peniana
Reversão de vasectomia
Tumores de rim
Tumores de testículo
Varicocele
Vasectomia
Bexiga hiperativa
Câncer de bexiga
Cistite intesticial
Endometriose do trato urinário
Infecções Urinárias
Litíase renal
Prolapsos vaginais
Tumores de rim
Criptorquidia
Enurese noturna
Fimose
Hérnia inguinal
Hidrocele
Infecções Urinárias
Litíase renal
Refluxo vesico-ureteral